Atire a primeira pedra quem não repetiu – sem notar – exatamente o mesmo padrão comportamental (tão detestado) dos mais velhos da família!
Pode ser desde uma forma muito específica de lidar com dinheiro (esbanjando, abusando da mesquinhez ou vivendo em dificuldades financeiras), passando pela mania de reclamar, de dar bronca nos filhos na hora da lição de casa, ou, ainda, de se comportar em relacionamentos afetivos.
Quem nunca?
Mas por que será que isso acontece, hein?
A verdade é que cada família pode ser vista pela ótica de um sistema único, um conjunto de crenças de comportamento que direcionam maneiras de aprender e enfrentar a vida.
A partir disso – diz Giovana Rossi Lenzi, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Santa Catarina, em São Paulo (SP) – “para cada tema, cada família pode atribuir um valor diferente e um sentido único de se relacionar com aquilo.
Essa dinâmica e conjunto de comportamentos podem ser passados de forma transgeracional, tendo a origem em nossos antepassados. Por isso, muitas vezes é difícil detectar por que e como você iniciou tal padrão.
De maneira direta ou indireta, para auxiliar no processo de desenvolvimento e aprendizado, os pais acabam transmitindo os valores desse sistema familiar para os filhos".
Mas como lidar com tais padrões sem deflagrar sofrimento?
Com a palavra, o psiquiatra Nikolas Heine, membro do corpo clínico do Hospital 9 de Julho, em São Paulo (SP): “é importante não deixar que esses padrões se tornem obrigatórios, tanto no sentido de quebrá-los quanto de mantê-los.
O ideal é deixar de encarar como algo negativo a repetição ou a manutenção desses paradigmas”.
E completa...“o mais adequado é deixar esse repertório disponível para a compreensão, sem abrir mão da possibilidade de mudança quando nos sentirmos confortáveis o suficiente".
Complicado, né?
Pois é...
[Fonte: UOL // Viva Bem]