“Ah, o aquecimento global é balela! Não está acontecendo nada disso!”.
Por incrível que possa parecer, na contramão de todos os esforços dos ambientalistas para proteger a natureza (e a vida humana, por tabela), há quem ache que o derretimento das calotas polares é papo furado.
Não é.
Um novo estudo – publicado na revista Nature Geoscience – veio comprovar isso, inclusive, com contornos bastante assustadores. A pesquisa apontou que o oceano Antártico perdeu – entre 2010 e 2016 – uma área de 1.463 quilômetros quadrados de gelo submarino.
Não tem ideia do quanto isso significa?
A gente te conta.
É o equivalente à toda área de Londres.
Assustou, né?
É para assustar mesmo.
“A Antártica está derretendo em sua base. Nós não podemos ver esse processo porque está acontecendo abaixo da superfície do mar”, disse o professor Andrew Shepherd, um dos autores do estudo.
O levantamento indicou ainda que o recuo da linha de aterramento foi extremo em oito dos 65 maiores glaciares da região. O ritmo do degelo – desde a última era glacial – é de aproximadamente 25 metros por ano. O recuo da linha de aterramento nessas geleiras é cinco vezes maior que essa taxa.
Mas o que raios significa “linha de aterramento”?
Trata-se de um indicador-chave da instabilidade do manto de gelo, já que as mudanças na referida posição refletem o desequilíbrio com o oceano circundante e afetam o fluxo do gelo interno. O registro desse processo é uma das ferramentas das quais os cientistas lançam mão para avaliarem condições de desequilíbrio.
Tá, mas o que isso tudo quer dizer?
Que – em um espectro bem mais amplo de consequências – gelo derretido significa mais água no planeta e, consequentemente, a subida dos níveis dos oceanos.
Uhm...E?
E que...oceanos com seus níveis aumentados, em algum momento podem, sim, fatalmente, invadir áreas aterradas...Leia-se cidades inteiras.
Sabe aqueles filmes-catástrofe de Hollywood nos quais as águas tomam grandes metrópoles mundo afora e que a gente sempre acha que é espetacular demais, que está looongeee da nossa realidade?
Pois é...”uma Londres inteira” já virou água na Antártica.
[Fonte: Exame.com]